quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Para eles também é Natal ?


A nossa amiga Maria voltou a escreveu.
Não vou falar de Maria porque não se fala de Maria.
Maria é para sentir, para saborear.
Maria é alma de Mulher!
Maria é sempre Natal !
Desde que conheço Maria noto a sua especial sensibilidade para com o sofrimento humano.
Sempre foi simpatizante da causa do Banco Alimentar Contra a Fome.
Este natal criou um conto que dedicou àquela Instituição.
O conto relata uma história de amor entre uma menina burguesa e um sem abrigo.
Fê-lo em quatro partes que valem bem ser lidas e dedicou-o , assim :

"Este conto é por mim dedicado a todos os voluntários do Banco Alimentar Contra a Fome, e às instituições e pessoas de boa vontade que empenham parte das suas vidas no auxílio a pessoas necessitadas, muitas vezes, sem disso fazer qualquer alarde.
Porque conseguem olhar para alguém que perdeu tudo e ainda assim ver ali um ser humano, com direitos, designadamente, à honra e à dignidade humana.
A quem tiver a generosidade e paciência de lê-lo quero pedir que sempre que olharem para alguém na rua, não o julguem imediatamente vagabundo, inimigo do trabalho. Estejam cientes de que circunstâncias várias podem atirar a mais impensável e válida das pessoas para uma situação de desgraça.
E que nem todos têm a mesma força para se levantar após um tombo.
Procurem encaminhar os casos que conhecem de pessoas na rua para casas de abrigo e instituições que possam proceder ainda à sua recuperação.
Ou se esta não for já de todo possível, pelo menos a uma vida digna, com um pão de cada dia.
Eduquem os vossos filhos a ser generosos.
Não nos esqueçamos que a vida acaba por devolver a cada um o bem que semeia.Maria"


Bem hajas, Maria. Bom Natal e que um milagre também te aconteça ...


Veja aqui MILAGRE DE NATAL um conto de Maria publicado no seu blog Escritos da Maria

I PARTE - aqui

II PARTE - aqui

III PARTE - aqui

IV e última PARTE - aqui

A mulher que eu amo

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

domingo, 8 de novembro de 2009

Gaiola das Loucas - Estreia dia 20 de Novembro em Lisboa

(homenagem prestada pela Maria ao actor/cantor CARLOS QUINTAS )

"Vocês sabem lá", um tema especialíssimo da música portuguesa que a marca incontornavelmente.
Interpretada aqui por CARLOS QUINTAS o Senhor dos palcos portugueses aonde o temos visto sempre, com genialidade singular, dar forma às mais variadas personagens.
A sua invulgar versatilidade, associada a um talento sólido e a uma entrega inexcedível a tudo o que faz, é garantia de Arte de grande qualidade e de verdadeiro espectáculo, no que quer que faça.
Actor, cantor,bailarino, encantador de emoções nas palavras faladas, nas palavras cantadas, nas palavras silenciadas, este simples gesto pretende render homenagem ao artista e ao Homem de coração franco , de alma iluminada que lhe reconhecemos.
À presente data, o actor integra o elenco do Musical de La Féria (http://pt.wikipedia.org/wiki/Filipe_La_ F%C3%A9ria )
a " GAIOLA das LOUCAS" que se prevê estreie ainda este mês de Novembro em LISBOA.
Possamos todos render-lhe aí, ao grande elenco, a La Féria, a homenagem que tanto merecem e que mais apreciam receber no seu trabalho , garantindo presença nos espectáculos e aplaudindo-os.
Do elenco da "Gaiola das Loucas", além de Carlos Quintas, fazem parte J Raposo, Rita Ribeiro , Joel Branco, Anabela e tantos outros valores sólidos do panorama do teatro em Portugal.
Eu por mim, e desde já ... vos aplaudo ... de pé...



Maria

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

CASTELÃ DA TRISTEZA, de Florbela, claro ...

Altiva e couraçada de desdém,
Vivo sozinha em meu castelo : a Dor!
Passa por ele a luz de todo o amor...
E nunca em meu castelo entrou alguém!

Castelã da Tristeza, vês?... A quem?...
- E o meu olhar é interrogador-
Perscruto, ao longe, as sombras do sol-pôr...
Chora o silêncio...nada...ninguém vem...

Castelã da Tristeza, porque choras
Lendo, todo de branco, um livro de horas,
à sombra rendilhada dos vitrais?...

À noite debruçada, p'las ameias,
Porque rezas baixinho?... Porque anseias?...
Que sonho afagam tuas mãos reais?...

Florbela Espenca

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

PROMESSA DE BEIJO...

foto: sapo.pt(legislativas)


quinta-feira, 13 de agosto de 2009

quarta-feira, 22 de julho de 2009

IMPEDIDO DE ...


CAUSAS LEGAIS DE SUSPEIÇÃO DE INSTRUTOR DE PROCESSO DISCIPLINAR


Nos últimos dois dias a comunicação social tem difundido enfatizadamente o pedido dirigido pelo magistrado do Ministério Público que preside ao Eurojust ao Procurador Geral da República, com vista a afastar da instrução do processo disciplinar que lhe foi movido e substitui-lo por um outro instrutor, por suspeição de falta de imparcialidade.
Esta é a voz corrente entre os meios de comunicação social, que igualmente divulgou que o processo disciplinar em causa visa esclarecer e, no caso responsabilizar, o referido Magistrado, por ter alegadamente “pressionado” colegas que investigam o designado “Caso Freeport”, em vista a influenciar a investigação e consequentemente a decisão do dito processo em determinado sentido.

Nos termos do art. 193º nº 1 do Estatuto do Ministério Público “ o processo disciplinar é de natureza confidencial até decisão final”, com trânsito em julgado, a meu entender.
Presumindo-se inocente o arguido até prova em contrário.

Não vamos por isso falar deste caso, até porque se tem a convicção que o pior dos males é a ausência de serenidade, provocada a quem tem a função de decidir, pela polémica estéril posto que ainda não esclarecida com todos os dados, do ruído das “vozes das comadres”, situação em que não poucas vezes infelizmente se coloca até a Imprensa mais respeitada a propósito de temas vários neste País.

Isso não impede que fossemos levados a reflectir sobre as causas legais que em abstracto permitem a um arguido em processo disciplinar e, já agora, que tão apetecível se mostra ao público, o funcionamento das Instituições de Justiça e designadamente o Ministério Público, a quem incumbe assegurar a investigação criminal, ponderar se tais causas são aqui também aplicáveis e em que termos.

Ora nesta matéria, o Estatuto do Ministério Público, no seu artigo 192º, sob a epígrafe “Impedimentos e suspeições” dispõe o seguinte:” É aplicável ao processo disciplinar, com as necessárias adaptações, o regime de impedimentos e recusas em processo penal”.

Por sua vez, dispõe ainda que “Em tudo o que não for contrário à presente lei, é subsidiariamente aplicável o disposto no Estatuto Disciplinar dos Funcionários Civis do Estado, no Código Penal e no Código de Processo Penal. (art. 216º do Estatuto do Ministério Público.

Quer isto dizer que não existe uma norma própria estatutária, pelo que para ajuizar da questão se impõe aplicar a lei geral.
E que diz esta?
Desde logo importa assegurar que a própria nomeação do instrutor nomeado para qualquer processo oferece garantias de uma avaliação objectiva, ponderada, imparcial e justa do que quer que seja submetido ao seu julgamento.

As regras para a nomeação de instrutor de processo disciplinar mostram-se previstas no art. 42º do Estatuto Disciplinar dos Trabalhadores que Exerçam Funções Públicas (Lei nº 58/2008 de 09 de Setembro).
Já para os Magistrados em causa, a nomeação ocorre, ao que suponho, por sorteio, realizado entre os Magistrados do Ministério Público do quadro de Inspectores do Ministério Público, de categoria funcional superior ao arguido.

Esta é como bem se compreende sem necessidades de melhores explicações, a primeira garantia de imparcialidade neste tipo de processo ou em qualquer outro.

Depois, o artigo 43º do Estatuto Disciplinar dos Trabalhadores que Exerçam Funções Públicas (Lei nº 58/2008 de 09 de Setembro) prevê uma norma que não é taxativa, ou seja, é aberta a outras causas das quais se conclua sem dúvida a suspeição, quais os motivos que podem fundamentar um pedido de suspeição relativamente a qualquer instrutor de um processo disciplinar em geral.
Diz assim:
Artigo 43º (Suspeição do instrutor)
1- O arguido e o participante podem deduzir a suspeição do instrutor do processo disciplinar quando ocorra circunstância por causa da qual possa razoavelmente suspeitar-se da sua isenção e da rectidão da sua conduta, designadamente:
a)Quando o instrutor tenha sido directa ou indirectamente atingido pela infracção;
b)Quando o instrutor seja parente na linha recta ou até ao 3º grau na linha colateral do arguido, do participante ou de qualquer trabalhador ou particular ofendido ou de alguém que, com os referidos indivíduos, viva em economia comum;
c)Quando esteja pendente processo jurisdicional em que o instrutor e o arguido ou o participante sejam intervenientes;
d)Quando o instrutor seja credor ou devedor do arguido ou do participante ou de algum do seu parente na linha recta ou até ao 3º grau da linha colateral;
e) Quando haja inimizade grave ou grande intimidade entre o arguido e o instrutor ou entre este e o participante ou o ofendido.

Estas são pois as causas que em geral se aplicam a esta matéria.
Contudo a estas, exemplificativas, como decorre da redacção do nº 1 do art. 43º, ora citado, para aqueles Magistrados acrescem as constantes da legislação penal e processual penal, como se viu já, subsidiariamente aplicáveis.

E que regras são estas?

Fundamentalmente, as previstas nos artigos 39º e 40º do Código do Processo Penal que devem ser interpretados dentro de espírito conformador à especificidade do Estatuto e da Lei Geral citados.

Do artigo 39º decorre o impedimento para o cargo nas seguintes situações designadamente, no caso do indicado:
a) Ser ou ter sido cônjuge ou representante legal do arguido, do ofendido, ou pessoa com interesse na causa
b) Ele ou o cônjuge, ou pessoa a viver em condições análogas, for ascendente, descendente, parente até ao 3º grau, tutor ou curador, adoptante ou adoptado do arguido, do ofendido, ou pessoa com interesse na causa
c) Quando já tiver intervindo no processo noutra qualidade
d) Ou conheça factos e possa ser indicado como testemunha

Curiosa é já a apreciação que deve fazer-se nesta sede disciplinar, dos impedimentos consignados no art. 40º do Código do Processo Penal.
Este artigo tem na sua base a ideia de que quem já formou, numa determinada fase, uma opinião ou posição sobre determinados factos, dificilmente a altera, por causa desse inconsciente pré juízo formulado.
A psicologia chama a este factor psicológico de formação de opinião e de decisão e avaliação “ efeito de halo”.

Por causa disto, um Magistrado que já tenha, nomeadamente, aplicado uma medida de coacção a um arguido, presidido ao debate instrutório do processo em causa, ou participado de julgamento anterior, não pode intervir em julgamento, recurso, ou pedido de revisão desse mesmo processo.

O Estatuto do Ministério Público dispõe de uma norma que impede, por exemplo, que um Magistrado seja inspeccionado no seu trabalho pelo mesmo Inspector que o inspeccionara já.
A motivação é idêntica.
Pergunta-se então, academicamente, falando: e num processo disciplinar, poderá um arguido ser objecto de repetidos processos disciplinares instruídos todos sempre pela mesma pessoa, ainda que como legalmente determina o Estatuto, escolhido por sorteio?
Estará uma pessoa que já apreciou designadamente factores de personalidade de um arguido e já formou um juízo a seu respeito capaz de realizar um juízo isento sobre os factores subjectivos inerentes à apreciação da formação da vontade e da culpa de que não prescinde qualquer pena disciplinar?
Parece-nos que não, com todo o respeito pela elevada capacidade de autocrítica e de isenção de qualquer julgador, todos somos seres humanos…
Curiosamente, a ideia não resulta de lei expressa, embora claramente se extraía de uma interpretação sistemática das normas em apreço e nunca vimos, nem conhecemos qualquer projecto por parte do Sindicato dos Senhores Magistrados do Ministério Público no sentido de propor a introdução expressa deste impedimento na respectiva lei estatutária.

Podemos assim deduzir que a avaliação na matéria feita aos mesmos é sempre equilibrada e conforme à Justiça devida.
Ainda bem …

domingo, 12 de julho de 2009

O cú e as calças ...

Sei bem que prometera falar de Justiça nos próximos postais e não faltarei, mas como resistir ao discurso apresentado hoje pelo secretário-geral do PS congratulando-se com o número recorde de vagas criadas no Ensino Superior para o próximo ano.
E depois disto ainda há quem com desplante diga que as "novas oportunidades" não proporcionaram qualidade.

Ora essa?!...

Equivalências de habilitações às Faculdades cujas vagas se multiplicam...

Palavras para quê, é mais que o bodo aos pobres ...

Hoje pugno por dizer algo simpático sobre o nosso actual primeiro ministro.

Sócrates fala e quando Sócrates fala "agente" até perde a fala, levados pelos meandros de seu elevado pensar .

Vale a pena matutar :

Ele quer se reeleger.

Diz-se digno da nossa esperança. Mas dele tem dimensão que poucas mentes alcançam.

Para Sócrates crer nele é crer no País ...

Ou será só para nós que o diz ?!...

De facto em Paredes, José Sócrates disse ainda que nas próximas eleições se fará a escolha entre os que acreditam e os que não acreditam no país.

Julgava eu que nas próximas eleições, a escolha se faria entre PS e PSD.

Afinal criou outro partido concorrente com a sigla"País"...

Caramba caro Senhor, já nem o Senhor acredita no PS como esperança nas próximas eleições ?!...


Como é bom de discurso ...

Impressionante...

Convinha era explicar o que é que tem a ver o cu com as calças...

Ou seja porquê que acreditar no País seria acreditar em si ...

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Quando o Anjo canta ...

Esta especialíssima canção de rara harmonia, beleza e suavidade foi divulgada aqui (Porta da Loja) e aqui a conheci pela generosidade do autor deste blog e da sua cultura musical raríssima : http://portadaloja.blogspot.com/em 09.07.2009.
Seria bom que esta e outras músicas deste Autor/Cantor de tanta qualidade fossem reeditadas e dadas a conhecer às gerações mais novas .
Estou certa que os meus filhos adorariam recebê-las de presente.
Que as Editoras não fechem portas e nem ouvidos e abram as janelas da sensibilidade a esta beleza. Ora vejam :

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Um café amargo e um dedinho de prosa sff


Na passada sexta – feira a imprensa digital divulgou uma notícia que lançou em polémica a eficácia da justiça portuguesa.
Entre várias reacções, o juiz António Martins numa entrevista ao Correio da Manhã, citada aqui, pronuncia-se assim a este respeito:
“ A Justiça é o reflexo das formas de governo que têm sido praticadas em Portugal, sempre assentes numa visão da lei como instrumento de domínio político e não de governo democrático e sério da comunidade.
Portugal tem sido o país das leis feitas a correr, sem obedecer à mais elementar técnica legislativa, leis que protegem interesses particulares e poderosos, leis que blindam estratégias delinquentes de gestão do próprio poder.
O mal da Justiça é ter-se transformado no receptáculo passivo e silencioso de políticas desastrosas, carregando o ónus de a sua própria imagem ser atirada para a valeta por estratégias de puro marketing político. Talvez fosse a hora, em tempo de agudo ciclo eleitoral, de dizer um sonoro basta!"
Todos os quadrantes de opinião reagiram de algum modo ao estudo de Pedro de Magalhães.
Segundo este:
a) - A maioria dos portugueses sente-se desincentivada a recorrer aos tribunais para defender os seus direitos;
b) – Não acreditam que os Magistrados e os juízes, concretamente, são independentes do poder político no exercício das suas funções;
c) Mais de dois em cada três eleitores (82%) consideram que diferentes classes de cidadãos recebem tratamento desigual em face da lei e da justiça;
d) Entre outros males apontados ao funcionamento dos Tribunais, Polícias e intervenientes da justiça em geral
e) Qual o papel do sindicalismo face a isto tudo?
f) Estará o cidadão comum a ser levado por alguns meios de comunicação que formam opinião compulsivamente desautorizada por insuficiência de conhecimento do meio e seu funcionamento?

Da justiça, enquanto funcionário público, tenho precisamente a visão de um comum cidadão.
Uma visão não técnica que procura ser esclarecida e esclarecer-se.
Dedicarei os próximos posts a uma reflexão sobre estas matérias.
Uma reflexão subjectiva, que não pretende fazer cátedra, participando apenas de forma construtiva para uma aproximação dos meus interesses de cidadão-utente da Justiça e a própria.
E se para mais não servir, que fique registado para memória futura.
Por vezes só a noite permite avaliar a beleza da luz que nos recebeu pela manhã …

domingo, 28 de junho de 2009

Julieta

Sou testemunha de um crime ...

Sou testemunha de um crime.
Foi assim que a velha Alba se aproximou de Maria em exclamações de monta, sorrisos largos e abertos que entre a expressão ternurenta de mulher que não deixa de ser menina e alguma estupefacção, a abraçou e com ela se sentou, pedindo-lhe que lhe relatasse tão insólita situação.
Alba sentou-se e inspirada na serenidade que o gesto lhe provocara, relatou ao pormenor, o assalto, as características do homem, até a viatura em que escapou às Polícias.
Destas, ria-se perdida, à maneira portuguesa.
Como se estivesse a arbitrar um jogo entre polícia e bandido e a animasse o facto deste se afigurar mais ladino.
As polícias pediram a sua colaboração como testemunha única.
Curiosamente isso desplotava na velha senhora uma sensação de poder que lhe abrilhantava o olhar.
- Conseguiria mesmo identificá-lo, "ti Alba", questionou-a Maria, afagando a cabeleira loira da velha senhora com algum carinho.
- Sem dúvida minha rainha, então estive junto dele ...
- E era um dos que a Polícia lhe mostrou para reconhecimento ?
- Não, nada. Andam eles muito longe ...
E se fosse, não lhes dizia !
- Porquê, estranhou Maria, recordando-lhe deveres de cidadania...
- Minha querida, quando na polícia olhei através daquele vidro, o olhar daqueles homens, ocorreu-me o olhar assustado com que um animal doméstico olha o dono que o vai matar para o consumir como alimento.
Não me viam, mas sabiam que tinha na voz e nos olhos o poder de lhes tirar a liberdade ...
O coração quebrou-se...
- Mas já pensou que esse homem entrou na casa do seu vizinho e lhe furtou coisas em que tinha afecto ?
- Se o identificar vou meia dúzia de vezes à polícia , mais meia ao tribunal, tenho gastos, posso sofrer retaliações, ainda passo eu por mentirosa e o homem sai em liberdade. Ou seja, castigada, sou eu...
Já fiz 66 anos e a vida já me ensinou umas coisas, exclamou evitando o olhar de Maria que é um livro aberto ao que lhe vai na alma nestas ocasiões e que Alba claramente podia ler ...
Testemunhar um crime é um dever de cidadania.
As testemunhas são os olhos do Tribunal no local dos factos e só elas podem abrir caminho a que se faça justiça, como tanto se deseja.
Todas as vezes que uma testemunha vai a tribunal, a sua falta no emprego é justificada e as despesas em que incorra com deslocações podem ser pagas, bastando para isso requerê-lo em simples requerimento ao juiz do processo.
Para casos de criminalidade violenta há uma lei que prevê forma de proteger as testemunhas relativamente aos intervenientes no processo.
Fica depois a sensação de dever cumprido.
Vale sempre a pena viver com honra, de acordo com o que nos dita a consciência.
Não será mesmo preferível uma morte, uma agrura honrosa que uma vida de que nos envergonhemos ?!...
Citando contigo Maria, António Aleixo :
Que importa perder a vida
Em luta contra a traição,
Se a razão mesmo vencida,
Não deixa de ser Razão ?"

domingo, 21 de junho de 2009

Para quem pediu que fizesse aqui uma boquinha ...



Acedo ao convite do meu querido amigo Narrador com muito gosto , iniciando contigo, Joana, a publicação neste espaço traçado a cores de transparência, de autenticidade, de verdade .
Uma verdade construída dos tropeços, das quedas das nossas crenças mas erigida na esperança de quem crê que o mundo se altera em pequenos passos : uma mão estendida a quem sofre, um sorriso a quem perdeu toda a vontade de sorrir, um gesto de ternura a quem está ferido, um beijo morno e terno a quem morre, vivendo dia a dia, uma vida sem esperança, um abraço à solidão na multidão, um gesto de doçura que aplaque a amargura na vida daqueles a quem a vida não sorri ...
Estas são as nossas ferramentas para mudar o mundo...
E nesta mudança, meu querido Narrador rendo-me ao pensamento com que te defines no título do blogue :

"Não faço acordos. Não celebro compromissos. Não tenho preferências políticas. Digo o que penso. Calo o que quero. Não me furto a dizer o que penso nem a quem gosto ... Quem puder ... que me julgue ..."

Acho que poderia tê-lo escrito também. Não achas ?...
Sei que esperarias hoje que tratasse aqui um tema sério, talvez da operação maravilha da detenção concertada em 100 cidades portuguesas de mais de duas centenas de portugueses pelas actuações concertadas das nossas polícias para nos assegurar o quanto estamos seguros ...
( Calculo o serviço amanhã ...)
Ou da aceitação em Portugal de presos da prisão de Guantanamo, ou desta mesma, talvez...
Mas , só por hoje, que me estendo dengosamente sobre os efeitos quentes dos raios solares na minha pele pelas primeiras horas de praia, deixa-me fazer coisa menos séria, mais informal.
Deixa-me deixar um beijo que abra portas à ternura e dê as boas vindas aos amigos que hão-de vir ...
Um beijo simples, molhado do sal do mar que nos orgulha , o mar português que foi onda gigante pelos cantos do mundo e ainda para nós conserva tesouros de glória num fundo de águas transparentes a conquistar.
Não há muitas bocas que ostentem com beleza e sensualidade um bom bâton.
Gostaria de vos ofertar o mais doce, suave e envolvente dos beijos.
Talvez com o vosso auxílio, consiga aproximar-me ...
Vamos experimentar :
Pode ser assim ?



Assim?


E assim?
ou assim...

- talvez , o poético?!...


Então e se for assim ? ...


Em todo o caso, vale a intenção: hoje passei por cá para te deixar um beijo ao adormecer , meu amor...

E a ti Narrador, agradeço esses lindos versos de amor ...

Limpamos as armas, revemos estratégias e estamos na luta ... eu a teu lado ...

Um beijinho doce ...

Maria

Da dignidade não pode prescindir-se



Há circunstâncias na vida em que a dignidade humana pode exigir grandes sacrifícios, isto é, heroísmo.

Ninguém tem autoridade moral para exigir de outro um comportamento heróico.

Cada um de nós tem essa obrigação, não porque outros lho peçam ou censurem se o não fizer, mas porque as próprias coisas lho pedem; pede-o sobretudo a dignidade humana.

A história de todas as culturas está cheia de gestos exemplares deste tipo, fora do "normal estatístico".

Mas estas escolhas podem surgir na vida de todos os homens, em circunstâncias "normais". (Juan Luis Lorda)

sábado, 20 de junho de 2009

MARIA VERSO DE AMOR

DEDICADO A TI, MINHA AMIGA MARIA : BOAS FÉRIAS ...

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Mulher e ainda mais ...


Uma forma diferente de debater a dupla minioria que a mulher imigrante vive nos nossos dias
A edição portuguesa do Festival – Migrant Days Lisboa ’09 - começou dia 17 e vai até 20 de Junho em três pólos distintos: Cinema São Jorge; Teatro Ibérico e Fábrica Braço de Prata.
Integrado no projecto está o Migrant Women que arranca precisamente com a projecção do filme documentário Migrant Women, uma produção nacional, da Bollywood Pictures, que estreou em Itália e onde se revelam os testemunhos de cinco mulheres migrantes em Portugal, incluindo a Procuradora Distrital de Lisboa, Francisca Van Dunem; Haula Haider, médica muçulmana, casada com o Iman da Mesquita Central de Lisboa; a artista plástica canadiana, Renné Gougnon; uma reclusa no Estabelecimento Prisional de Tires, actualmente em liberdade condicional; e Vigdis Augusta Dale, uma fadista norueguesa.

Os eventos culturais e artísticos associados ao festival realizam-se até 20 de Junho na Fábrica Braço de Prata e também no Teatro Ibérico.

Os ideais da democracia e da liberdade chocam com o facto brutal da sugestibilidade humana. Um quinto de todos os eleitores pode ser hipnotizado quase num abrir e fechar de olhos, um sétimo pode ser aliviado das suas dores mediante injecções de água, um quarto responderá de modo pronto e entusiástico à hipnopédia. A todas estas minorias demasiado dispostas a cooperar, devemos adicionar as maiorias de reacções menos rápidas, cuja sugestibilidade mais moderada pode ser explorada por não importa que manipulador ciente do seu ofício, pronto a consagrar a isso o tempo e os esforços necessários.

É a liberdade individual compatível com um alto grau de sugestibilidade individual? Podem as instituições democráticas sobreviver à subversão exercida do interior por especialistas hábeis na ciência e na arte de explorar a sugestibilidade dos indivíduos e da multidão? Até que ponto pode ser neutralizada pela educação, para bem do próprio indivíduo ou para bem de uma sociedade democrática, a tendência inata a ser demasiado sugestionável? Até que ponto pode ser controlada pela lei a exploração da sugestibilidade extrema, por parte de homens de negócios e de eclesiásticos, por políticos no e fora do poder?

Aldous Huxley, in 'Regresso ao Admirável Mundo Novo'

segunda-feira, 15 de junho de 2009

A amendoeira

PARA O MEU AMOR ETERNO



Nunca mais me esqueci!… Eu era criança
E em meu velho quintal, ao sol-nascente,
Plantei, com a minha mão ingênua e mansa,
Uma linda amendoeira adolescente.

Era a mais rútila e íntima esperança…
Cresceu… cresceu… e aos poucos, suavemente,
Pendeu os ramos sobre um muro em frente
E foi frutificar na vizinhança…

Daí por diante, pela vida inteira,
Todas as grandes árvores que em minhas
Terras, num sonho esplêndido semeio,

Como aquela magnífica amendoeira,
Florescem nas chácaras vizinhas
E vão dar frutos no pomar alheio…

Raul de Leoni

terça-feira, 19 de maio de 2009

Isto é matemática ...

O Banco de Portugal divulgou esta terça-feira um relatório no qual refere que o endividamento das famílias portuguesas é o segundo mais elevado da Europa.
No final do ano passado, o endividamento das famílias representava mais de 135 por cento do rendimento disponível, sendo que no caso da compra de habitação representava 100 por cento, correspondendo ao segundo valor mais elevado da zona euro, apenas superado pela Holanda.
O relatório do Banco de Portugal alerta ainda para a ameaça à banca do crédito mal parado, em constante subida em Portugal, sublinhando que a banca poderá ter de reforçar os capitais e aceitar o Estado como accionista, tal como prevê o programa de recapitalização criado pelo Governo, no valor de quatro mil milhões de euros.
Por sua vez Manuela Ferreira Leite antevê o País na falência :
"Estamos a agravar o nível de dívida na ordem dos 10 por cento ao ano o que significa que, dentro de muito pouco tempo, estamos quase acima dos 100 por cento do PIB e um país em que o seu nível de endividamento é superior àquilo que produz, numa empresa daria uma falência".
Ripostou-lhe o Governo com o atributo da irresponsabilidade.
Pois cá para mim a falar de números é que Manuela se entende e sem dúvida nenhuma, desta vez, não só diz a verdade, como esteve bem no alerta, no aviso.
Lá diz o ditado popular : quem avisa amigo é ...

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Claro que pelo menos do processo judicial os documentos já constavam, não ?!...

A totalidade dos processos de gestão de fundos comunitários foi ilegalmente destruída em 2007, por decisão da Autoridade de Gestão do Programa Operacional do Ambiente.
Entre a documentação eliminada encontra-se a relativa à construção e concessão da Estação de Resíduos Sólidos Urbanos da Associação de Municípios da Cova da Beira, cuja adjudicação está no centro de um processo de corrupção com julgamento marcado para Outubro.
Segundo o Público, entre o material destruído contam-se os processos de candidatura aos financiamentos do Fundo de Coesão bem como a documentação relativa ao controlo da legalidade da contratação das empreitadas e fornecimentos e das despesas efectuadas no âmbito dos projectos aprovados.
À guarda do Instituto Financeiro do Desenvolvimento Regional ficaram apenas os relatórios que se prendem com a auditoria final e o encerramento da intervenção operacional. Estes documentos, dos quais faz parte uma auditoria realizada pela Inspecção-Geral de Finanças, referem-se, no entanto, à globalidade do programa, não havendo qualquer detalhe sobre as centenas de projectos que dele faziam parte.
Ao jornal Público, o gabinete do ministro do Ambiente explicou que a eliminação dos processos foi feita pela autoridade de gestão do Programa Operacional do Ambiente, que os tinha à sua guarda, depois de obtido o parecer favorável da antiga Direcção-Geral do Desenvolvimento Regional.
A decisão foi tomada com base num regulamente da União Europeia que obriga à conservação dos documentos do Fundo de Coesão durante três anos após os últimos pagamentos dos projectos, prazo que expirara em Novembro de 2006, mas ignorou a legislação portuguesa.
(sublinhado nosso)

sábado, 2 de maio de 2009

3 de MAIO - 3 de MÃE

Quando eu nasci,
ficou tudo como estava,
Nem homens cortaram veias,
nem o Sol escureceu,
nem houve Estrelas a mais...
Somente,
esquecida das dores,
a minha Mãe sorriu e agradeceu.

Quando eu nasci,
não houve nada de novo
senão eu.

As nuvens não se espantaram,
não enlouqueceu ninguém...

P'ra que o dia fosse enorme,
bastava
toda a ternura que olhava
nos olhos de minha Mãe...




José Régio

quarta-feira, 29 de abril de 2009

No fim de Abril


"Há 30 anos que desfilam as mesmas caras, se ouvem as mesmas vozes, se lêem as mesmas frases com monótona aridez. O País é domado por um grupo sem prestígio mas com poder".
Baptista-Bastos, "Diário de Notícias", 29-04-2009

domingo, 26 de abril de 2009

Investigação transparente ...

Acabo de ler um artigo assinado por Carlos Rodrigues Lima que me deixou em estado de verdadeira perplexidade.
Já ouvira falar em mecanismos de cooperação internacional em matéria penal, mas neste tipo específico, confesso a minha estupefacção...
Entendera que o Estado Português não pretendia ver interferências inglesas na investigação do Freeport e certamente por isso não accionaria mecanismos resultantes de tratados internacionais vigentes em matéria de cooperação internacional para trazer ao nosso processo elementos constantes do processo inglês. Esta foi a ideia que ficou ao cidadão comum a partir de algumas declarações públicas feitas a respeito.
Por certo a pedirem-se tais elementos do processo inglês, viria tudo o que fosse pedido.
Parece que agora se alterou a situação: já se aceitam elementos ingleses, mas vamos lá buscá-los...
Então porquê ?
Se calhar faz sentido, assim só trazem os elementos que pertinentemente interessam .
Será isto ?!...
Talvez seja preferível não tecer mais quaisquer considerações. Até porque há coisas que se não são bem o que parecem, deviam parecer outra coisa, pelo menos.
Em quanto importará aos Portugueses economicamente estas viagens e estadias para freeport ver ?...
Moral da história ?
" o que a morte não leva o dinheiro recicla "

terça-feira, 21 de abril de 2009

A pensar em ti ...


Há três tipos de pessoas: as que fazem, as que vêem fazer, e as que perguntam o que aconteceu. (John Newborn)

domingo, 19 de abril de 2009

De médico, de louco e de juiz... todos temos um pouco ...

Mesmo para um leigo na matéria abunda a evidência de que a actividade dos Tribunais e o exercício das funções inerentes à aplicação da Justiça são talvez o tema mais pertinentemente em debate, nos nossos dias, em Portugal.
É só olhar para os jornais, toda a forma de imprensa que se preze dedica ostensivamente tempo considerável de antena aos temas da Justiça.
Naturalmente isto tem várias causas, várias relacionadas com o momento político actual, mas não só.
O Governo diz que fez boas leis, boas reformas para melhor funcionamento da Justiça.
Os operadores da Justiça dizem que não a podem realizar com as leis que este Governo fez da forma que seria desejável.
Que só o crime de " lana caprina" é punido em Portugal.
Que é difícil alcançar e punir a criminalidade quando esta provem de meios e pessoas relacionados aos poderes instituídos no Estado, ou figuras de relevo nos domínios sócio-económicos.
As informações que chegam ao grande público sobre o funcionamento dos Tribunais fornecem frequentemente, senão sempre, uma imagem distorcida, desfocada da realidade judiciária, decorrente da falta de ciência própria na matéria por parte de quem as divulgam.
Têm contudo a vantagem de trazer para discussão do grande público temas de cidadania e interesse comum sobre os quais importaria reflectir e agir.
Curiosamente, em todas as boas empresas do mundo, fornecedoras de um serviço ao público, a grande preocupação destas é, antes de mais, compreender o que espera o respectivo público -alvo, desse serviço .
Mas numa matéria de importância tão vital para o bom funcionamento de um estado de direito como a da aplicação da Justiça, paira a total confusão a todos os níveis quanto ao que a comunidade consideraria uma justiça de qualidade.
Conta-se que certa vez um homem pouco letrado, de avançada idade, se debatia nas instalações de um tribunal Português para que lhe fosse "dado despacho" a causa que ali pendia há quase três anos, no decurso do qual quase nenhuma informação recebera sobre o seu processo.
Escutando o diálogo exaltado do homem com a secção de processos, um dos magistrados saiu do seu gabinete e dirigiu-se ao senhor.
Pediu-lhe que o acompanhasse ao seu Gabinete e perguntou-lhe porque estava tão aborrecido.
O homem sentou-se, contou-lhe toda a sua história "sem despacho" há tanto tempo, enquanto o magistrado o escutava com toda a atenção.
Quando terminou solicitou o processo à secção de processos, mostrou-lho. Explicou-lhe as diligências que haviam sido realizadas. Explicou-lhe em termos simples os meandros daquele tipo de processo, que a parte contrária tinha que ser trazida ao processo porque ninguém pode ser condenado sem lhe ser dada a possibilidade de se defender, explicou-lhe que o facto de ele próprio desconhecer o seu paradeiro obrigava o Tribunal a socorrer-se da acção das Polícias para procurar essa pessoa, por vezes em diversas moradas, cuja identificação era obtida através da realização de outras diligências, explicou-lhe que as perícias exigidas pelo seu processo eram realizadas por entidades técnicas externas ao tribunal e que por isso necessariamente tinha que aguardar-se por elas.
Mas não ficou por aqui : pediu-lhe que olhasse à sua volta, para o número de processos que diariamente era chamado a despachar, depois de estar um dia útil de trabalho na sala de audiências a realizar julgamentos e após tudo isso lhe dizer foi surpreendido com o seguinte comentário do homem :
- Senhor Dr. , eu compreendi tudo, não me importo que fique mais algum tempo com o meu processo, se no momento em que o decidir, o fizer com justiça !
Para muitos, a justiça é um jogo de estatísticas para português ver.
Importa dar números, números de decisões, de "timings de decisões", esquecendo-se a verdadeira razão pela qual um cidadão comum leva uma causa a juízo : porque espera que lhe seja declarado o seu direito naquele caso concreto.
Tomaz de Aquino difundiu a ideia de que o "justo" estava escrito na consciência de cada um, pelo que todos temos uma espécie de voz interna que nos fala e nos segrega que determinada decisão é conforme ou desconforme ao direito.
Esta ideia, discutível, relativa, serve contudo de base para uma reflexão : quantos de quem se esperaria um quadro de valores límpido, sério, não endureceram já de tal forma as suas consciências e de forma tão caustica que mal e bem, certo ou errado, são já conceitos sem significado ?
Serão alguns desses que fazem as leis ?
E serão alguns desses que as aplicam ?

sábado, 18 de abril de 2009

O primeiro milho é para os pardais...

A líder do PSD, Manuela Ferreira Leite, declarou hoje na Guarda que no país existe um clima de perda de autoridade, importando defender «a independência do poder judicial .

Esta da " perda da autoridade " e da necessidade dela, já se apresenta como um "tique" preocupante na Senhora.

Pode haver independência dos Tribunais sem Autoridade despropositada e o inverso também, ou seja, pode ser que uma despropositada Autoridade retire independência aos Tribunais. Não ?!?...

Afinal, quem é que deve ser investido de mais autoridade e para quê ?

Há coisas que é preciso explicar de modo claro, sob pena de não se alcançar correctamente a que anda ...

http://pftv.sapo.pt/?v=lZjoUGz8uN2465GzZMVw

terça-feira, 14 de abril de 2009

BLOG EM CONSTRUÇÃO ...

Só tu saberás o que me trás aqui.
Tu saberás porque me sabes desde sempre pelo que sou.
Conheces os meandros labirínticos da alma que aprisiona a mente,
O toque das minhas mãos na epiderme da tua Lua cheia
E sabes que os meus dedos compulsivamente escrevem para ti...